domingo, 1 de novembro de 2009

Oye Lucky! Lucky Oye! (2008) - ओए लक्की! लक्की ओए!

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Neste sábado fui assistir a mais um filme indiano na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. E mais uma vez, que surpresa! Oye Lucky! Lucky Oye! é mais um belo exemplo do que Bollywood vem fazendo de bom nos anos recentes. Desta vez, o filme ganha meu respeito muito menos pelo tema em si, mas sim pela capacidade de ser um bom cinema, além do simples entretenimento comum das grandes indústrias indianas.

Abhay Deol é Lucky Singh, protagonizando o papel de um personagem tema mais do que recorrente no cinema indiano: o mais perfeito ladrão de que se tem notícia. Assim que o filme começa uma mensagem diz que a história é inspirada em fatos reais, e ao que consta, na vida real existiu um sujeito chamado justamente Lucky Singh, que teria sido o mais eficiente ladrão já existente em Delhi. E o que se segue é surpreendente e difícil imaginar que pode realmente ter havido alguém naquele nível de perspicácia.

Mas embora Oye Lucky! abuse desse tema do submundo que a Índia tanto gosta, o diretor Dibakar Banerjee conseguiu transformar esse filme numa obra muito original, tal qual achei Kaminey (mais ou menos do mesmo tema) muito original também. Esse filme é o segundo de Dibakar e ele realmente conseguiu fazer um filme extremamente bem cuidado em todos os detalhes.

A história básica é a seguinte: Lucky Singh é de uma família sikh de classe média-baixa de Nova Delhi e desde cedo quer mais do que pode ter. De uma maneira banal, descobre como é fácil roubar - e sobretudo o que quer, não qualquer coisa. Mas Lucky tem a seu favor uma arma infalível: seu carisma imbatível. E tão logo Lucky começa a trabalhar a serviço de um chefão local, que só faz aumentar as ousadias de Lucky.

De Delhi ele começa a também planejar e realizar assaltos em Bangalore, Mumbai e Chandigarh. E suas preferências são descaradamente as altas elites dessas cidades, com direito a levar todos os objetos de maior valor que encontrava pela frente. Logo Lucky se torna um famoso playboy e também tão logo já sabem qual é a "profissão" do rapaz. Mesmo sabendo, porém, pouco há o que se fazer; Lucky é de uma sagacidade sem igual, além de, na verdade, não haver maldade real em seus atos. Um tanto Robin Hood? Talvez, mas Lucky quer mesmo o seu próprio status. E claro, no meio disso tudo há uma garota também.

O bom mesmo do filme é o próprio filme. Ele é levado do começo ao fim com pitadas carregadas de humor negro, incrementadas com recursos cinematográficos inusitados, como momentos de câmera superlenta, fotos com aspecto Polaroid contando trechos da história e músicas inesperadas e totalmente inseridas no clima (a trilha sonora é de Sneha Khanwalkar). Vez ou outra, músicas dos tempos antigos de Bollywood apareciam, fosse como trilha sonora mesmo, fosse na TV que alguém estivesse vendo (num desses momentos, eis que estão vendo a outrora proibida Choli Ke Peeche Kya Hai).

O auditório do Matilha Cultural, no centro de São Paulo, estava lotado e as pessoas deram boas risadas em diferentes momentos. Com exceção de uma pequena confusão que ocorreu com a legenda eletrônica (até agora, todos os filmes que vi na Mostra tiveram problemas com as legendas eletrônicas) e com um certo desentendimento com o aviso de Intermission que apareceu no meio do filme (que supostamente indicaria um intervalo e que aqui no Brasil não fazemos), fiquei com a sensação de que o público gostou do filme.

Ah sim, e a título de curiosidade, o nome desse filme está em punjabi, não em hindi, e significa "Ei Lucky! Lucky Ei!". Como a cidade de Amritsar, no estado do Punjab, é a "sede" da religião sikh, alguns termos daquela região aparecem no filme.

No Filmfare Awards desse ano, o ator Manjot Singh, que fez o Lucky jovem, levou o prêmio de melhor ator pela crítica. O filme também levou o prêmio de melhor diálogo.

E aí vai o trailer:



5 comentários:

Videos de Terror disse...

O s filmes indianos são muita marados lol. Tá-se bem

Indi(a)screet disse...

A unica palavra que sei em punjabi eh 'PUTAR'.

Ibirá Machado disse...

Hahahahaha... só podia, né... aur "putar" kya matlab?

Carol Juvenil disse...

Não me faça ficar com vontade de ver um filme indiano quando há exatamente outros 18 na fila para serem vistos D:

A parte que mais me chamou a atenção é aquela em que diz que há humor negro.É um vício do qual tento me livrar,mas é bom *-*

Ibirá Machado disse...

Hehe, a todo instante ponho filmes na frente de outros... descobri que é difícil impor prioridades :D